Não levará jamais embora a minha inocência, a minha vontade de ser humana, porque eu não vou deixar. Há de ficar há minha espreita, esperando que eu demonstre medo, mas mesmo quando eu estiver, não vou deixar que veja sequer uma lágrima.
Porque eu estou determinada a esperar por algo melhor, não vou nem poderia largar essa esperança. Mandem os banqueiros embora, mande a imprensa afastar de mim todos os flashs! Não quero ver a cara de nenhum presidente... Já vi rostos o suficiente pra acreditar que não, eles não merecem o poder, assim como nenhum de nós. Sobem todos os dias aos palcos, nos dizem um milhão de mentiras, saem e vão planejar outras mil pra tapar as brechas das mentiras do dia anterior.
Então, é como eu já disse: vou fitar meus olhos nas coisas coloridas, agarrá-las ou mesmo apenas sonhar com elas. Porque simplesmente não vale a pena redescobrir os monstros olhando para trás. Quer seguir o caminho comigo? A estrada é feia, mas é uma estrada, e há de levar a algum lugar. Vou estar sempre nela, fugindo, às pressas, da corrupção.
A nossa juventude já nasce desolada, desiludida.
Nunca mais grandes manifestações nas ruas.
Nunca mais a ilusão de que poderíamos mudar o mundo.
Nunca mais a paixão juvenil pela verdade e pela honra.
Nunca mais um líder.
Desses de verdade.
Desses por quem a gente morreria.
E que morreriam pela gente.
Nunca mais o Rio de Janeiro parar em uma sexta-feira à tarde para velar um estudante morto pela polícia.
Nunca mais a discussão política.
A gente só faz politicagem.
A gente só faz porcaria.
Não que antes fosse bom, de qualquer forma...
Posted by Anônimo | 02 dezembro, 2006 13:29