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terça-feira, novembro 28, 2006 

Passei bastante tempo mesmo dessa vez... Há quanto tempo, caro leitor!
Estive numa estressante semana de provas.

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Não consigo parar de pensar num lugar de paz...
Num gramado bem verde, baixinho, poder deitar nele e não pensar em absolutamente nada. Apenas deixar o vento suave caminhar o meu corpo e o campo inteiro. Poder colher flores e esperar um abraço bem apertado de alguém que me ame de verdade. Não se preocupar com absolutamente nada. Queria terminar a vida assim. Ou talvez nem terminar a vida, se possível.

As pessoas falam que, se a vida não fosse cercada de problemas, preocupações excessivas, estresses, mortes, doenças e coisas do tipo, seria uma monotonia só. Mas talvez não seja bem assim. Acho que essa hipótese é uma clara demonstração de conformismo. Quando as coisas não estão bem, só há duas escolhas: ou você se cala e se conforma ou faz alguma coisa pra mudar. Só há dois jeitos: o conformismo ou a revolução. E acharam mais fácil levar essa vidinha chata de se submeter a tudo, sem nem sequer pensar em mudar.

Estou aqui ouvindo John Lennon ("Imagine"), e ele está me garantindo que eu não sou a única sonhadora. A questão é pensar em mudar e fazer alguma coisa pra mudar. Anda, levanta daí e tenta fazer alguma coisa útil! Tantas pessoas já tentaram fazer alguma espécie de revolução, tantos em tantas épocas diferentes, e isso nunca parou. Quer saber por quê? Porque todo mundo, no fundo, sempre quis uma vida como a descrita no primeiro parágrafo. Chame-me de bucólica, mas não é apenas isso, e você sabe muito bem.

Outros condenam essa história de revolução porque afirmam que ela foi apenas um fruto (conseqüência) do "surto jovem" dos anos 60/70. No mundo pós Segunda Guerra Mundial, a expectativa de vida aumentou, e as pessoas tinham mais tempo na vida. É nesse contexto que surgiu uma nova fase na vida: a chamada adolescência. Um período entre a infância e a pesada idade adulta. Desde esse "boom" jovem, o mundo nunca mais foi o mesmo. Energéticos, cheios de idéias e sonhos, e a vontade de fazer e de mudar e transformar seus sonhos em realidade, são o reflexo da mistura que logo se revelaria poética e literalmente alucinógena: o doce sonho de infância junto à concretização adulta.

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E tem gente que acha que esse período revolucionário só aconteceu por causa desse "boom jovem". Eu prefiro acreditar que o "boom jovem" foi um bom berço pro bebê Sonho Revolucionário. Foi a hora perfeita. Gente novinha, cheia de sonhos e com a maior vontade de fazer era tudo que a Revolução queria. Uma boa evidência de que não foi uma simples conseqüência e sim uma adaptação é que até hoje existe quem sonhe, quem faça. Apesar de que são bem menos expressivos (ou pelo menos aparentes e óbvios como antes). Afinal, mate-me, mas nunca mate minhas idéias. Porque você nem consegue. Além disso, mesmo que os jovens hoje já tenham um lugar garantido como faixa etária, nós ainda precisamos da revolução... Ou você acha mesmo que seus filhos vão agüentar viver num mundo desses?

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  • I'm Vanessa B.
  • From Fortaleza, Ceará, Brazil
  • De uma certa forma, admito não ser tão simples, pois tenho lá minhas complicações. Sou meio chorona, curiosa, questionadora e descontroladamente persistente, mesmo medrosa. O resto a gente conhece com o tempo.
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