O que eles falam nos noticiários na TV por quinze minutos já é o suficiente para enviar um estímulo ao meu cérebro e ter como resposta minhas mãos tapando meus ouvidos e olhos. É quase impossível não se sentir sufocado com tanta coisa ruim. Essa maldita desigualdade social (tanto econômica quanto cultural) é o processo cada vez menos lento de autodestruição da humanidade.
Mês passado, estive na
Bienal Internacional do Livro, aqui no Centro de Convenções de Fortaleza, e observei essa desigualdade social refletindo-se até mesmo na realidade do mundo infantil. Num espaço próximo a um
stand, encontrei diversas crianças sentadas em pequenas filas, no chão, comendo cada uma delas o mesmo lanchinho. Alguns passos à frente, em outro
stand, deparei-me com crianças de uma famosa escola daqui da cidade, e um menino fardado tirando dinheiro de sua própria carteira para comprar algum livro.
O dinheiro virou uma espécie de cigarro: viciou a sociedade como um todo, causou uma dependência desgraçada, arraigada, impregnada e o pior: que polui e mata a cada instanye de consumo... É moeda não apenas nacional, mas a cédula do poder. Dinheiro não é mais imundo apenas pelas bactérias etc. Mas pela sede de poder que causa ao homem. É feio, é sujo, é imundo ver as cenas de quanta coisa já perdeu o valor em nome do dinheiro. Será que o dinheiro vale mesmo TANTO?