quarta-feira, setembro 02, 2009 

Caderno de receitas.

Sobre a mesa, o agrião, a cenoura, o alho, o arroz. Nada ficava tão calmo... Era hora de ser eu, pensou.

Tarde de março, fim da paciência de esperar pela aula. Gostaria de estar em casa. Entrou na papelaria, mecheu nos pincéis: mente vazia. Cá num canto, meio escondido, um lindo caderno de receitas. Folhinhas cor de salmão, divisórias e muitas medidas; de fato seria útil e, sim, um miniluxo. Inspirando o prazer não só de comer, mas também de fazer a comida. Comprou-o e voltou orgulhosa à sua casa, orgulhosa na frente do fogão: sabia exatamente o que fazer.

Uns dias, em frente ao forno, ficava ansiosa, a meia-hora não passava, a ansiedade a engolia. Doce vontade de ver o bolo crescer. Aprendera com a mãe a pré-aquecer, mas ainda morria de medo de se queimar para acender o forno. Bons momentos de cereja... Coroam a lembrança do comer. Do fazer.

E agora, a sós consigo mesma, sobrara-lhe a simples tarefa de fazer o arroz, inventá-lo com agrião. A mãe fora de casa, deixara quase tudo pronto. Apenas quase, ainda bem. E foi pôr sua pitada de sal da alma pro arroz branco ficar ainda mais gostoso. E não é que ficou lindo, uma delícia o laranja brincando no branco?!

O prazer de comer.
Comer, não, o prazer de comer. Comer a gente come todo dia. Em todos os lugares do mundo, nos mais inúmeros tipos de refeições, as pessoas param e ingerem energia. Mas ainda existe prazer?

A cozinha contemporânea é um ótimo exemplo de busca de prazer, num misto de simplicidade e sofisticação. Desde as menores refeições aos mais elaborados coquetéis, têm feito cada vez mais sucesso quando se quer comer muito e mesmo assim não disperdiçar sensações enquanto o alimento segue seu caminho.

1. Comece a comer pelos olhos.
Visite COZINHA CONTEMPORÂNEA. Dê uma olhada nas imagens. Cores fortes, texturas suaves, quase nos fazem sentir o comportamento da comida na boca, só de olhar. Paquere o alimento. Prepare-se para comê-lo, entenda as cores. Fique feliz, sim, feliz, de olhar. O impacto que as refeições têm é primeiramente entendido pelos olhos: afinal, esse é o primeiro critério que usamos para decidir se vamos ou não degustar uma guloseima ou uma salada. Tem de parecer agradável aos olhos, só então teremos motivação para passar para a boca, que é um segundo passo. A digestão começa, sim, pelos olhos.

2. Experimente sabores.
Nossa personagem acima nunca tinha feito arroz com agrião. Com cuidado pôs uma pitadinha e... voilá! Misture sabores. Proporcione a si mesmo mais de 3 refeições por dia, variando o máximo possível. Um chá verde no meio da tarde, uma maçã no início da noite, um copo de vinho no fim da noite... Alimentos simples, quando bem dosados, podem aumentar o prazer durante o dia, proporcionando vitalidade, bem-estar e disposição.

3. Coma devagaaaaaaaaaaaaaar. Ninguém vai roubar seu prato.
Tempo é dinheiro, tic, tac, tic, tac, tic, tac. Todo mundo está cansado de saber que vivemos numa sociedade capitalista, que não temos tempo para comer bem, que... Pare. Em muitos casos, as pessoas mantêm uma rotina de trabalho sufocante não para manter um padrão de vida, mas para ganhar mais 50 ou 100 reais num mês. Isso realmente faz falta? Organize-se, revise seu tempo, programe-se. O SEU tempo deve fazer parte de sua rotina. Que adianta respeitar o mundo e não respeitar a si próprio? Dê um tempo. Sente, paquere a comida e coma. Coma devagar. Quando mastigamos apropriadamente os alimentos, aumentamos a sensação de saciedade e o processo de digestão acontece com maior rapidez, além de evitarmos aquela sensação de barriga cheia o suficiente para ficarmos sem a mínima coragem de levantar da cadeira.

4. Pequenos luxos fazem parte.
Um encontro num restaurante? Programe. Nem sempre temos dinheiro para frequentar bons restaurantes, mas, esporadicamente, é bom sair da rotina. Culinárias diferentes das quais estamos acostumados ajudam a despertar os sentidos, especialmente o paladar, é claro. Reanimam, alegram e até aumentam a auto-estima.

Para persuadir uma pessoa devemos tocar seu... Estômago. Para muitos orientais (especiamente chineses), a conotação atribuída ao coração tem lugar no estômago. Lá os alimentos (e nós mesmos) nos tranformamos. As energias são absorvidas e misturam-se a todo vapor lá dentro. E o melhor de tudo é que mesmo em nosso agitado cotidiano é possível - com simples ajustes - aumentar o prazer de viver através do nosso combustível: a querida comidinha de todo dia.

Dica: aprenda a cozinhar: é uma delícia também. Se possível, tenha um caderno de receitas. Proporcionar o prazer de outras pessoas tem um sabor indescritível. Compartilhe, divida, coma junto com outras pessoas, cozinhe para quem você gosta, potencialize sua felicidade no dia-a-dia, na sua realidade!

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