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quinta-feira, novembro 30, 2006 

Inerência
Estamos em novembro, e, na TV, exibem filmes de Natal. Comerciais falam de ano novo. Por isso que eu sempre digo que a TV é muito futurística.
"I believe I can see the future
'Cause I repeat the same routine"
(Eu acredito que posso ver o futuro
Porque repito a mesma rotina)
Every day is exactly the same - Nine Inch Nails
Tudo parece previsível demais. O pior de tudo nem é a previsibilidade em si, mas o pouco (ou nenhum) benefício disto. Ou seja: tem algo inútil sempre se repetindo.
Na mesmisse de seus cotidianos, as pessoas inventaram palavras como tédio e monotonia. Porque não têm mais prazer no que constantemente fazem, e aí vira rotina, palavra que já soa ruim.
Talvez isso seja uma conseqüência da dinamização do comercial, que causou uma tremenda banalização em tudo. Tempo não é mais "tempo", mas é feito de números de um cronômetro ou voltas de um relógio. Sexo é vendido, magia é vendida, perdendo a sua estima inicial. Aí, o céu é o limite até R$1,99 ou a quotação do dólar do dia. Até persuasão é comercial (e como!): vale ouro pra publicitários, atores de propaganda e empresários, claro.
Repetindo, o absurdo não é a rotina, nem o lado futurístico da TV. O ruim é a perda da sensibilidade humana, devido a esse processo de banalização, que faz cada vez mais vítimas. Deixamos de admirar as coisas, e tudo fica comum. O comércio só ajuda a banalizar. Porque o tempo não é mais inestimável. Afinal, um relógio de parede pode sair por menos de R$5,00. Outdoors ocupam muito lugar nas paisagens, mas ninguém vê. Porque é comum demais. Banal, nada demais. Talvez já estejamos num alto grau da escala da inerência. Triste.

Li ontem mesmo um texto que fala sobre a tevê, e fiquei louca pra te mostrar. Segue um caminho diferente do seu post, mas acho que cabe aqui como um comentário. Foi escrito pelo vocalista/guitarrista do Pain of Salvation, Daniel Gildenlöw, para o material impresso do fan club. Vou colocar só um trecho, porque é grande demais. Se quiser, depois de passo o resto.

"Entregando-se ao cansaço como forma de manter uma longa
sobrevivência
Ou: (para simplesmente deixar o título ridiculamente longo) Homo Pecuniae

Estou cansado de me irritar. Todo dia o mundo me irrita. A única coisa pior que ficar irritado seria não me irritar. Aceitar... sucumbir... submeter-se... render-se... No processo de criação de cada conceito do Pain of Salvation, leio toneladas de livros, tantos quanto vocês já devem saber. Livros são simplesmente fantásticos. Eles são
muito melhores que televisão. Não me entenda mal, televisão tem toda possibilidade e potencialidade para se tornar ainda mais fantástica, mas, mesmo assim, ela
terminantemente falha de novo e de novo. Então, quanto melhor o livro, mais eu tendo a me irritar. Eles me deixam a par de segredos que são, aparentemente, nenhum
segredo. Esses não-segredos apresentados são geralmente uma grande razão para se
irritar – sua ausência na mídia contemporânea é uma razão ainda maior. Como é isso?

Os livros me contam sobre a expulsão de indígenas de áreas de mineração de Urânio e armazenamento de lixo nuclear, enquanto que a televisão me vende a imagem confortável de uma indústria segura, ou ainda pior, um outro episódio de novela.

Os livros contam fatos alarmantes sobre nós tendo 800 vezes mais matéria radioativa em nossos ossos do que as duas últimas gerações. Livros me dizem que o sério mundo da ciência é mais ou menos convergente quanto a questões como o aquecimento global, a
idade do universo, os perigos físicos e comportamentais dos campos magnéticos e a radiação de telefone celular. Eles também me contam que 75% das pesquisas que alegam nenhum perigo para isso são financiadas pela indústria. Hoje em dia a televisão é falha por não me informar isso.

Seriam necessários somente 30 minutos para George W. Bush ir a uma biblioteca e ler, em um livro de história, os motivos para que sua política só traga ruína e desastre social. Para cada pedaço de informação crucial que me mostra as engrenagens do sistema que faço parte, mais alto devo gritar: “Por que? Por que ninguém me disse isso antes? Por que eu tenho que pesquisar e descobrir isso em um livro? Por que essa informação não está na televisão, nos jornais, nas mentes e lábios de todos?” E é aí onde o livre mercado mostra sua face mais horrenda – em uma sociedade onde até mesmo as notícias estão à venda".

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