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quarta-feira, março 18, 2009 

Sheela Na Gig

He said Sheela Na Gig, Sheela na Gig
You exibicionist

- PJ Harvey

Hoje, dia de Sheela Na Gig, deusa irlandesa da sexualidade. Também pode referir-se a esculturas, que aparecem até mesmo como gárgulas em algumas igrejas e catedrais européias, para marcar-lhe o paganismo que tentaram engolir.

Pensar em Sheela Na Gig me faz pensar em que tipo de mulher nos tornamos (ou em que mulher acabei de me transformar). Pra mim parece muito óbvio que precisamos mesmo nos exibir - a sensualidade é inerente à aura feminina. É tanto que mesmo sob uma burkha, ainda somos um perigo: aquele olhar atrás daquela "redinha"... Entretanto nem toda mulher tem consciência de tamanho poder. Acho que, na verdade, passamos a vida inteira buscando por isso, como biólogos dedicam suas vidas inteiras a catalogar espécies, o que não deixa de ser-lhes uma tarefa interessante por saberem que nunca vão "concluir os estudos".

O arquétipo feminino está presente em basicamente todas as civilizações: venerado, temido, admirado, recebendo agradecimentos - é mais complexo do que os anos de nossas vidas podem contar. Isis, Astarte, Hecate, Diana, Ceridwen, Vênus, Afrodite...

Infelizmente nossa civilização pôs sobre esse poder um véu, e o pouco que se vê, pensa-se ser tudo. É barato ver mulheres nuas (virtualmente ou não), e poucas coisas são tão superficiais quanto o simples uso das faculdades femininas. Não raro, o papel da mulher resume-se à cama, à casa, aos filhos e alguns meses de trabalho secular.

Resumindo a história toda, quando vejo a Sheela Na Gig não penso em quão absurdo é uma criatura abrir as pernas e mostrar o que tem de supostamente mais íntimo. Penso que ela se abre sem medo de mostrar não só aos outros mas, especialmente a si mesma, todo poder que dela emana. A sensualidade, tanto poder disfarçado numa falsa aura de fragilidade, a sabedoria, como das velhas sacerdotisas e tanta luz quanto a lua cheia é capaz de refletir.

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Salve, Vanessa! Gostei deste texto. Bom ver que o arquétipo do feminino selvagem tá vivo em você. Vejo que decidiu escrever mais, que maravilha! Teu texto tá cada vez melhor. bjsss
Ricardo Kelmer

Hey, dearest! Fiquei surpresa ao encontrar tanta beleza dentro de um só Blog. Eu, fragmentada, delibero em outros mais, um para cada astral, como poderá ver. Adorei a idéia de tecermos palavras no virtual, bom te conhecer!

E o feminino aberto numa escultura from Ireland me liberta, você não sabe o quanto! A cultura verdejante de lá é dádiva. E que maravilha tbm encontrar outro amigo aqui, Kelmer comenta e eu acato: salve, Vanessa!

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