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quinta-feira, agosto 09, 2007 

Sobre o nada.

Mesmo o absoluto, o nada e o infinito: tudo junto dá um monte de nada. Nada porque que, de tão abrangente, é impossível visualizar nada disso de modo exato, restando-nos apenas uma admiração pela grandiosidade da idéia; o resto é vazio. Somos vagos ao imaginar o que, de tão grande (ou de tão pequeno), chega a ser adimensional. Imagine infinitas galáxias, a eternidade de um sentimento, o tamanho de um quark, ou mesmo o tamanho do aracnídeo dos seus cravos. Sabemos apenas teoricamente que são “muito grandes” ou “muito pequenos” e nada mais.

Vendo sob essa ótica, não fica tão absurda a idéia de filosofar sobre o nada, narrar o nada, desvendar o nada, analisar o nada, criticar o nada. Como Clarice Lispector, que fez da vaga, ingênua, passageira vida uma estrela. Destaque para o momento de alegria cega... Até o carro que lhe matara era um objeto do processo de sua mudança de vida iminente. Nunca havia experimentado o sabor da euforia da felicidade, e na gula, na sedução do sabor, perdeu o senso e a psicodelia a matou. Em A hora da estrela (1977), Clarice Lispector narra o nada. Macabéa não tinha sentido na vida, e achava que o ter era luxo; então nem tentava achar o tal sentido. Levava a vida, ou melhor, a empurrava continuamente como quem se contenta com tudo, sem sequer uma boa lembrança pra motivo de revolta. Nada. A vida era o nada. E morre no único momento de “alguma coisa”.

Na verdade, a massa dessa gente é feita de gente que não almeja lá muita coisa. Nasce daquele jeito, e aprende que não há nada mais. E que não se deve procurar nada mais, porque já disseram que não tem e pronto. É assim porque é, diria Macabéa.

As informações recortadas (e os poucos recortes eram picotados e mal pintados) serviam como fiapos de curiosidade, momentos de deslize, como um atrevimento, davam alguma graça a todo aquele monte de nada.

Falar sobre nada é tão bom quando é Clarice Lispector quem fala...


Clarice Lispector é minha diva maior da literatura. Realmente, insuperável. Mas você não faz feio, não. Muito pelo contrário!
A Hora da Estrela eu ainda não li. Engraçado... Justamente o livro mais famoso da Clarice eu não li. Tá na hora de mudar isso, afinal.
Estou com saudades de você, minha maninha. Tempão que não nos falamos. Estou cheia de novidades!

Tudo de bom para minha pequena-grande-irmã. =*

Ontem eu estava pensando sobre o nada, o que é, como que é, se existe.
Cheguei na conclusão que o ser humano nunca vai ter a capacidade de entender o nada, visto que não há como compará-lo a qualquer coisa existente. O ser humano não compreende o que não entende e vejo que o nada é incompreensível.

Quanto tempo, não te vejo mais no msn.
Beijos sinceros. :*****

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