segunda-feira, outubro 18, 2010 

Violência contra a mulher: 50 Boletins são registrados por dia em Fortaleza

É assim que começa a manchete da versão online do jornal Diário do Nordeste aqui em Fortaleza. Fico pensando em como isso tudo deve acontecer. Os números são intensificadores de fatos que são individualmente dolorosos. É fato que as famílias mal estruturadas e o círculo social em muito influem em quem serão os parceiros de cada uma dessas mulheres. Mas já se foi o tempo em que se ficava escondido atrás da hipocrisia determinista. Além disso, é uma vergonha inegável: o respeito pelo mínimo pelo corpo da mulher ainda não é um valor amplamente difundido.

O fator cultural às vezes tem sido usado como desculpa para justificar abusos e atentados à mulher (seu corpo e sua dignidade moral e psicológica). Seja o Islã, culturas tribais ou mesmo o machismo nordestino. A cultura é registro da identidade de um povo, patrimônio histórico. Entretanto, observamos calados o uso de vícios sociais como instrumentos de manutenção do poder, poder opressivo e destrutivo.

Uma mulher não pode ficar nem calada nem cega. É preciso estar atenta. Se o namorado tende a quebrar as coisas durante uma briga é o suficiente pra que haja, no mínimo uma reavaliação dos valores de ambos. Não se pode dormir no ponto.

Fico com o coração ainda mais apertado quando penso nos abusos cometidos contra a mulher no interior daqui do Ceará e de outros estados nordestinos, onde o acesso a delegacias é significativamente mais difícil que na capital.

Deus tome de conta... E que mulher nenhuma se submeta a tamanha humilhação!

sexta-feira, outubro 15, 2010 

Literatura de denúncia

Lembro com carinho das vezes que lia Agatha Christie deitada numa rede da varanda, depois do almoço, me retorcendo toda de ansiedade de saber o desfecho das investigações de Mr. Poirot.

Ultimamente, porém, tenho descoberto cada vez mais afinidade com autores como John Steinbeck e Charles Dickens. Escolhi fazer um trabalho semestre passado sobre The Grapes of Wrath (As Vinhas da Ira). Mal sabia eu que tratava-se de um livro de mais de 600 páginas. Entretanto, me surpreendi com a obra. Como demorei um pouco pra terminar (um mês, mais ou menos), a família Joad começou a fazer parte da minha vida, e, sempre que podia, lia mais um pouco para ficar a par da odisséia rumo à Califórnia, na tentativa de sobreviver.

Confesso que a mensagem do livro me comove e a ideologia de Steinbeck é perceptível o suficiente para provocar reflexão a respeito de assuntos que, ainda hoje, ainda persistem como vergonha para uma sociedade capitalista acomodada. O desperdício, por exemplo: frutas apodrecendo no chão para não cair seu valor no mercado enquanto gente apodrece de fome... Steinbeck enriquece seu livro de ideologias e reflexão especialmente por alternar capítulos (um de denúcia, protesto, reflexão; em seguida, um capítulo narrando a saga da família Joad).

Agora comecei a ler Oliver Twist, de Charles Dickens. Também há muita denúncia, dessa vez, ao descaso das autoridades inglesas no séc XIX em relação aos menos favorecidos econômica e socialmente. Em Charles Dickens, é perceptível a ironia escrachada, e uma revolta em relação à hipocrisia da sociedade de sua época, inclusive por parte da literatura da época, incluindo no prefácio do livro crítica ao ponto de vista apresentado por uma obra da época, The Beggar's Opera.

Estou gostando muito, estou ansiosa para conhecer o futuro do coitado do Oliver Twist. Depois conto mais detalhes.

Depois quero ler: ARTHUR MILLER.

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