quinta-feira, novembro 30, 2006 

Ele quer me consumir, quer me devorar... E pensa que eu não sei... Tem algo muito pesado que me persegue, nem preciso ver sua sombra para saber, porque eu simplesmente sei. De alguma forma, sim, eu sei. E fica cada vez mais furioso porque sabe que eu sou consciente de cada um de seus movimentos apesar de eu nem sequer olhar para trás. Estou mais preocupada em manter-me inteira, sem nenhum pedaço a menos, sem sequer um arranhão.

Image Hosted by ImageShack.us

Não levará jamais embora a minha inocência, a minha vontade de ser humana, porque eu não vou deixar. Há de ficar há minha espreita, esperando que eu demonstre medo, mas mesmo quando eu estiver, não vou deixar que veja sequer uma lágrima.
Porque eu estou determinada a esperar por algo melhor, não vou nem poderia largar essa esperança. Mandem os banqueiros embora, mande a imprensa afastar de mim todos os flashs! Não quero ver a cara de nenhum presidente... Já vi rostos o suficiente pra acreditar que não, eles não merecem o poder, assim como nenhum de nós. Sobem todos os dias aos palcos, nos dizem um milhão de mentiras, saem e vão planejar outras mil pra tapar as brechas das mentiras do dia anterior.
Então, é como eu já disse: vou fitar meus olhos nas coisas coloridas, agarrá-las ou mesmo apenas sonhar com elas. Porque simplesmente não vale a pena redescobrir os monstros olhando para trás. Quer seguir o caminho comigo? A estrada é feia, mas é uma estrada, e há de levar a algum lugar. Vou estar sempre nela, fugindo, às pressas, da corrupção.

 

Inerência
Estamos em novembro, e, na TV, exibem filmes de Natal. Comerciais falam de ano novo. Por isso que eu sempre digo que a TV é muito futurística.
"I believe I can see the future
'Cause I repeat the same routine"
(Eu acredito que posso ver o futuro
Porque repito a mesma rotina)
Every day is exactly the same - Nine Inch Nails
Tudo parece previsível demais. O pior de tudo nem é a previsibilidade em si, mas o pouco (ou nenhum) benefício disto. Ou seja: tem algo inútil sempre se repetindo.
Na mesmisse de seus cotidianos, as pessoas inventaram palavras como tédio e monotonia. Porque não têm mais prazer no que constantemente fazem, e aí vira rotina, palavra que já soa ruim.
Talvez isso seja uma conseqüência da dinamização do comercial, que causou uma tremenda banalização em tudo. Tempo não é mais "tempo", mas é feito de números de um cronômetro ou voltas de um relógio. Sexo é vendido, magia é vendida, perdendo a sua estima inicial. Aí, o céu é o limite até R$1,99 ou a quotação do dólar do dia. Até persuasão é comercial (e como!): vale ouro pra publicitários, atores de propaganda e empresários, claro.
Repetindo, o absurdo não é a rotina, nem o lado futurístico da TV. O ruim é a perda da sensibilidade humana, devido a esse processo de banalização, que faz cada vez mais vítimas. Deixamos de admirar as coisas, e tudo fica comum. O comércio só ajuda a banalizar. Porque o tempo não é mais inestimável. Afinal, um relógio de parede pode sair por menos de R$5,00. Outdoors ocupam muito lugar nas paisagens, mas ninguém vê. Porque é comum demais. Banal, nada demais. Talvez já estejamos num alto grau da escala da inerência. Triste.

terça-feira, novembro 28, 2006 

Passei bastante tempo mesmo dessa vez... Há quanto tempo, caro leitor!
Estive numa estressante semana de provas.

Image Hosted by ImageShack.us

Não consigo parar de pensar num lugar de paz...
Num gramado bem verde, baixinho, poder deitar nele e não pensar em absolutamente nada. Apenas deixar o vento suave caminhar o meu corpo e o campo inteiro. Poder colher flores e esperar um abraço bem apertado de alguém que me ame de verdade. Não se preocupar com absolutamente nada. Queria terminar a vida assim. Ou talvez nem terminar a vida, se possível.

As pessoas falam que, se a vida não fosse cercada de problemas, preocupações excessivas, estresses, mortes, doenças e coisas do tipo, seria uma monotonia só. Mas talvez não seja bem assim. Acho que essa hipótese é uma clara demonstração de conformismo. Quando as coisas não estão bem, só há duas escolhas: ou você se cala e se conforma ou faz alguma coisa pra mudar. Só há dois jeitos: o conformismo ou a revolução. E acharam mais fácil levar essa vidinha chata de se submeter a tudo, sem nem sequer pensar em mudar.

Estou aqui ouvindo John Lennon ("Imagine"), e ele está me garantindo que eu não sou a única sonhadora. A questão é pensar em mudar e fazer alguma coisa pra mudar. Anda, levanta daí e tenta fazer alguma coisa útil! Tantas pessoas já tentaram fazer alguma espécie de revolução, tantos em tantas épocas diferentes, e isso nunca parou. Quer saber por quê? Porque todo mundo, no fundo, sempre quis uma vida como a descrita no primeiro parágrafo. Chame-me de bucólica, mas não é apenas isso, e você sabe muito bem.

Outros condenam essa história de revolução porque afirmam que ela foi apenas um fruto (conseqüência) do "surto jovem" dos anos 60/70. No mundo pós Segunda Guerra Mundial, a expectativa de vida aumentou, e as pessoas tinham mais tempo na vida. É nesse contexto que surgiu uma nova fase na vida: a chamada adolescência. Um período entre a infância e a pesada idade adulta. Desde esse "boom" jovem, o mundo nunca mais foi o mesmo. Energéticos, cheios de idéias e sonhos, e a vontade de fazer e de mudar e transformar seus sonhos em realidade, são o reflexo da mistura que logo se revelaria poética e literalmente alucinógena: o doce sonho de infância junto à concretização adulta.

Image Hosted by ImageShack.us

E tem gente que acha que esse período revolucionário só aconteceu por causa desse "boom jovem". Eu prefiro acreditar que o "boom jovem" foi um bom berço pro bebê Sonho Revolucionário. Foi a hora perfeita. Gente novinha, cheia de sonhos e com a maior vontade de fazer era tudo que a Revolução queria. Uma boa evidência de que não foi uma simples conseqüência e sim uma adaptação é que até hoje existe quem sonhe, quem faça. Apesar de que são bem menos expressivos (ou pelo menos aparentes e óbvios como antes). Afinal, mate-me, mas nunca mate minhas idéias. Porque você nem consegue. Além disso, mesmo que os jovens hoje já tenham um lugar garantido como faixa etária, nós ainda precisamos da revolução... Ou você acha mesmo que seus filhos vão agüentar viver num mundo desses?

100 Maneiras de Fugir is powered by href="http://www.blogger.com">Blogspot and Gecko & Fly.
No part of the content or the blog may be reproduced without prior written permission.
First Aid and Health Information at Medical Health